Por Kate Gonçalves O Projeto Basta à Violência Doméstica, uma iniciativa da Asplande em parceria…
Economia solidária e perspectivas femininas na pandemia
Asplande promove assessoramento para empreendedoras
periféricas através de encontros virtuais
por Raquel Cerqueira
Em um dos momentos mais desafiadores para a economia mundial, a crise de saúde pública causada pela pandemia do novo coronavírus vem acarretando impactos de grandes proporções, deixando milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade e diversos questionamentos tem sido levantados em relação à sobrevivência dos pequenos e médios negócios. Com esse cenário de incertezas, como pequenos produtores conseguirão se reinventar e encontrar alternativas viáveis de lucro para sua subsistência e de suas famílias?
Tendo como principal foco um dos braços mais diretamente afetado pela pandemia – mulheres chefes de família – a Asplande atua desde 1992 na assessoria e acompanhamento de negócios promovidos por empreendedoras de regiões periféricas do Rio de Janeiro. Com o agravamento da crise sanitária, a organização compreendeu a necessidade de ampliar os horizontes e buscar alternativas para seguir integrando suas atividades a esse novo contexto. Assim, desde o dia 17 de março, a organização suspendeu suas atividades presenciais e vem investindo na qualificação das empreendedoras através da promoção de oficinas, palestras temáticas, mentorias coletivas e individuais, agora por meio de videoconferências e das redes sociais.
Através da promoção de redes de cooperação e projetos de economia solidária, a Asplande dá suporte à cerca de 800 mulheres anualmente. Dentre seus principais programas estão a Rede Cooperativa de Mulheres Empreendedoras da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, criada em 1997, as redes da Baixada Fluminense e da Zona Oeste, a marca Raízes do Rio e o Impacta Mulher – incubadora de negócios sociais de impacto. Todos esses programas promovem formações, conexão em rede, mentoria e fomento.
Reconhecendo o desafio necessário para integrar todas as participantes a essa nova realidade virtual, que engloba barreiras tecnológicas como o desconhecimento de ferramentas ou mesmo a privação de internet de boa qualidade, a Asplande reforçou seu compromisso em fornecer toda a ajuda necessária para que sua programação siga beneficiando os projetos interessados. “Hoje temos mulheres engajadas em todas as atividades que temos realizado virtualmente. Chegamos a uma média de 30 atividades mensais, que vão desde cursos, mentorias à rodas de conversas, conta Dayse Valença, Secretária Executiva da organização, que já prevê transformações no andamento do projeto pós-pandemia, mesclando encontros presenciais e atividades online.
Além do seguimento das mentorias individuais e coletivas, alguns dos diálogos temáticos e atividades de formação oferecidos nesses meses foram: gestão financeira, plano de negócios, Design Thinking, alimentação funcional, gestão de redes sociais e aulas de inglês.
Novas perspectivas
Um dos projetos desenvolvidos pela Asplande e que vem obtendo merecido destaque é o Sabores do Rio. Direcionado para promover a cooperação entre empreendedoras da área da gastronomia, o projeto concentra quituteiras da Zona Oeste e Norte do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. Em maio deste ano, a Asplande elaborou um catálogo para divulgar o Delivery Colaborativo, com os produtos e serviços das empreendedoras do Sabores do Rio que estão fazendo entregas neste período de pandemia. Até o momento, 70 marcas estão associadas ao projeto.
Outro projeto em curso pela Asplande será um fundo de auxílio para fomentar o desenvolvimento de produtos a partir de uma abordagem ecológica e sustentável. A iniciativa irá selecionar e incentivar empreendedoras que inscreverem ideias de produtos a serem lançados e que necessitem um aporte para a fase inicial, alimentando assim a possibilidade de novas fontes de renda e incremento do mercado social para o período pós-pandemia.
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